segunda-feira, 9 de maio de 2016

De repente estavas em mim...

Fazes-me sorrir, sabes!?... Gosto de sorrir, ao saber que, desse lado, sorris como eu sorrio, que anseias como anseio. Gosto de pensar que pensas como penso, que desejas como desejo. Gosto de escrever para imaginar o teu sorriso, por detrás das minhas palavras e aprecio ouvir a tua voz nos meus pensamentos.
A verdade é que estás em mim, sem que eu saiba se fui eu que te puxei para mim, ou se foste tu que me empurraste para ti; Sem que eu saiba qual a vida que deixou de fazer sentido ou que sentido tinha a vida antes de começar a fazer sentido; Sem que eu perceba que palavras foram ditas ou que palavras não foram caladas; Sem que eu entenda quem foi despertado por quem, ou quem acordou o outro. Na realidade, nem sei se nos desviámos de um caminho, ou se foi o caminho que nos levou a este lugar onde nos encontrámos e onde, agora, nos encontramos.
Chegámos a este cruzamento da vida, onde o destino nos colocou no mesmo local. Encontrei-te sem te procurar e agora fiquei a saber que sempre te quis encontrar. De repente, descobri em mim memórias de ti que criei, sem nunca antes as ter vivido. Descobri o que é o arrepio na pele, sem nunca ter sido tocado, o que é a fragrância que te adivinho, sem nunca te ter cheirado, o que são as palavras que se dizem, sem nunca se terem verbalizado, o que é a excitação sentida dos corpos, sem nunca se terem explorado. Há tanto que sei de ti sem nada ter sabido de ti. Estás mais perto agora, mesmo quando antes sempre estiveras tão próximo. Encontro-te na minha saudade, porque sempre senti a tua falta, Acho-te na minha memória do que há de vir, porque sei que neste presente te fazes o meu futuro. E é por tudo isso que me fazes sorrir, sabes!?...
Gosto de saber que estás do lado de lá das minhas palavras e gosto de saber que gostas de me saber do lado de cá delas. Gosto de te ter aí, sabendo que gostas de me ter aqui, ambos sabendo que estamos onde o outro está. Quero-te com a urgência com que fiz de ti a minha vontade. Desejo-te com a pressa com que preciso de me acalmar em ti.
----------------------------------------------------------------- Paulo Gonçalves Ribeiro

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